O Movimento Gota D’ Água surgiu em 2011 da necessidade de transformar indignação em ação. A campanha, que questionava a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, foi elaborada a partir da nossa experiência em comunicação para gerar consciência e empatia na sociedade em relação aos impactos sofridos pelas populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas que seriam diretamente afetadas pela construção.
A campanha, cujo vídeo teve a direção do cineasta Marcos Prado, só foi possível graças a ponte entre o corpo técnico das organizações dedicadas às causas socioambientais, Movimento Xingu Vivo para Sempre e artistas engajados que participaram desta iniciativa de forma voluntária.
Em apenas uma semana, nossa petição angariou um milhão de assinaturas. O vídeo foi espontaneamente legendado em cinco idiomas e alcançou 22 países. No dia 22 de dezembro de 2011, menos de dois meses depois do lançamento da campanha, fomos à Brasília entregar nossa petição com 2, 5 milhões de assinaturas aos ministros Gilberto Carvalho, da Casa Civil, Isabela Teixeira, do Meio Ambiente, e Edison Lobão, das Minas e Energia. O governo, no entanto, não só se mostrou insensível ao clamor, como fez vista grossa com os pareceres técnicos dos especialistas e, arbitrariamente, manteve a decisão de barrar o Rio Xingu e construir a Usina de Belo Monte.
Uma onda de conscientização, no entanto, havia sido formada. O debate sobre a construção de uma hidrelétrica no Pará chegou a bares, escolas, diferentes rodas de conversa, dentro e fora do país. E, após provocação de especialistas, criamos a ONG Uma Gota no Oceano.
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