Durante reunião anual de laureados do Nobel, quase 40 vencedores do mais prestigiado prêmio da ciência assinaram um documento alertando para o perigo que o aquecimento global representa para a vida na Terra:
“Há quase 60 anos, uma reunião semelhante lançou uma declaração sobre os perigos inerentes à então recém-desenvolvida tecnologia das armas nucleares. Até agora, temos evitado a guerra nuclear, embora a ameaça seja permanente. Acreditamos que nosso mundo hoje enfrenta outra ameaça de magnitude comparável”, diz a declaração, assinada por 36 dos 56 participantes do encontro.
Aquecimento global e populações mais pobres
O documento expõe ainda como as populações pobres do planeta são mais vulneráveis às mudanças climáticas. Além disso, o texto também pede medidas urgentes para diminuir a emissão de gases do efeito estufa. Cientistas do mundo inteiro já apontaram o caminho. E, para evitar mais essa destruição em massa, vamos precisar mais do que diplomacia internacional.
David Gross, Nobel de Física em 2004, um dos porta-vozes da declaração, relatou sua experiência em Ladakh, na Ásia. “São comunidades frágeis, muito dependentes dos rios que brotam das geleiras do Himalaia, e eles são os que sofrem em primeiro lugar.” O físico fez questão ainda de ressaltar que conflitos acabam surgindo por conta de eventos extremos e escassez de recursos.
A declaração reafirma a importância das conclusões do IPCC, embora ainda aja incerteza entre alguns cientistas sobre as consequências das mudanças no clima. “Apesar de não ser perfeito, acreditamos que os esforços que levaram ao relatório representam a melhor fonte de informações sobre o estado atual do conhecimento sobre as mudanças climáticas”, diz a declaração. “Nós não falamos como especialistas na área, mas como um grupo diverso de cientistas que têm um profundo respeito e compreensão da integridade do processo científico.”
Por isso, nesse caso, a responsabilidade é de todos nós.
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