“Não vamos aceitar o desmonte da saúde indígena. Não vamos aceitar a municipalização da saúde indígena. Nós, mulheres, temos a obrigação de não aceitar nenhum tipo de imposição que venha a atingir nossas vidas.”
Essas são as palavras de Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Ao lado de outras mulheres indígenas, ela ocupou pacificamente, na manhã desta segunda (12), o quarto andar do prédio do Ministério da Saúde. O ato em defesa do subsistema de atenção à saúde indígena pediu a liberdade de escolha pelo parto natural e também reclamou sobre a imposição da cesariana.
A manifestação teve danças e cânticos tradicionais dos mais de 100 povos indígenas que estão em Brasília para a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas. O tema da marcha, que tem horário marcado para as 7h desta terça, é Território: Nosso Corpo, Nosso Espírito.
Muito pertinente. Afinal de contas, os povos indígenas são os guardiões da floresta, parte indissociável da terra onde nasceram e vivem. Não à toa, de acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, ninguém entende melhor o valor das florestas do que os indígenas. Mas é claro. A floresta é o corpo e o espírito deles.
Foto: Mariana Freitas