Maior mobilização indígena do país, o Acampamento Terra Livre (ATL), que em sua 19a edição reuniu mais de 6 mil indígenas em Brasília entre os dias 24 e 28 de abril, vai além da sua amplitude plural de biomas, territórios, línguas e etnias: é um marco do debate das questões inerentes à luta pelos direitos dos povos originários.
Perceber as sutilezas das costuras, das demandas trazidas das bases, do diálogo e incidência junto ao Governo Federal – agora com a presença dos parentíssimos e parentíssimas – além da relação que se constrói em diferentes níveis de organização, é o grande desafio para quem acompanha e trabalha junto ao movimento indígena.
Este ano, a Uma Gota No Oceano teve a oportunidade de compartilhar da celebração de uma das maiores conquistas recentes da mobilização indígena: a ocupação de espaços de poder como o Ministério dos Povos Indígenas e o Congresso Nacional, que consolidam um novo momento da construção de políticas públicas com a participação das redes de organizações territoriais indígenas.
Como instituição parceira de organizações do movimento indígena, a Uma Gota No Oceano reconhece e celebra, também, a autonomia dos povos em seus debates e processos decisórios, que no ATL 2023 foram fortalecidos nas plenárias e discussões relacionadas às temáticas de Educação, Saúde, Território, Gênero e Juventude, a fim de entender as dinâmicas e necessidades apresentadas pelos povos indígenas.
Encontros com parceiros indígenas e indigenistas e a troca de visões sobre análise de conjuntura das políticas do novo governo para os indígenas, principalmente em relação à demarcação de territórios, além de novas demandas, como o fortalecimento da cultura e educação dos povos, estão entre os debates e conversas da qual participou a equipe da GOTA ao longo dos cinco dias de programação da 19ª edição do ATL.